segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Um desejo de Natal


Nos primeiros dias de dezembro, quando na escola já se preparava o Natal, Matias ganhou um novo colega. Chamava-se Duarte e vinha de outra escola. A professora apresentou-o à turma e mandou-o sentar ao lado do Matias.

Em poucos dias, criou-se uma grande amizade entre eles. Onde estava um, também estava o outro.

Na última semana de aulas, antes do Natal, a professora ordenou que pensassem o que queriam pedir ao Pai Natal, pois iriam escrever-lhe uma carta.

Todos ficaram muito excitados com a ideia e falavam das prendas que queriam receber, só o Duarte não se pronunciou e ficou muito calado e triste.

No intervalo, Matias quis saber o que se passava com o amigo:

Então tu não vais pedir nada ao Pai Natal?

Aquilo que eu queria, ele não me pode dar. respondeu Duarte.

Então o que queres?

Eu vou contar-te uma coisa. Nos outros anos, eu também pedia muitos brinquedos ao Pai Natal. Ele dava-me tudo que eu pedia e eu ficava feliz. Com a crise os meus pais ficaram sem nada, até a casa perdemos, foi por isso que eu vim para casa dos meus avós e para esta escola. Os meus pais tiveram que ir trabalhar para o estrangeiro porque não tinham emprego. Agora, percebo que os brinquedos não são tão importantes. O que eu mais queria era passar o Natal com os meus pais, mesmo que não recebesse nenhum presente.

Matias ficou estupefacto com aquela história e decidiu ajudar o amigo.

No dia seguinte, quando escreveu a carta, em vez de pedir os brinquedos que tanto queria, pediu ao Pai Natal que trouxesse no seu trenó os pais do Duarte para passarem o Natal com ele.

Na véspera de Natal, enquanto a sua mãe preparava a ceia e o resto da família se reunia em volta da lareira, Matias pensava no seu amigo e na tristeza que seria passar o Natal sem os pais.

Nesse momento, parou um carro em frente da casa dos avós do Duarte. Lá de dentro saiu um casal que se dirigiu para o portão. Foi então que Matias viu o Duarte abrir a porta de casa e correr para abraçar os pais.

O seu desejo tinha-se realizado e o Duarte podia, tal como ele, passar o Natal com a família toda reunida.

Enquanto se dirigia para juntos dos seus, Matias murmurou:

Obrigado, Pai Natal. Agora sim, será Natal de verdade!

 

3º ano EB1 Santo António - Casais

 

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