Era uma vez um coelho selvagem que vivia feliz, numa linda floresta, saltitando atrás das borboletas e dos passarinhos que eram seus amigos.
Certo dia, o coelhinho tanto saltou que, quando deu conta, já estava fora da floresta e longe da sua toca. À sua frente avistou uma quinta e decidiu aproximar-se para ver o que havia naquele sítio estranho.
Passou por baixo da cerca e com muito cuidado, abeirou-se de uma pequena casa que tinha a porta aberta. Espreitou lá para dentro e viu um coelho branco muito gordo dentro de uma gaiola.
Muito admirado disse-lhe:
– Que toca é essa, companheiro?
– Isto não é uma toca, isto é uma gaiola feita pelo meu dono - disse o outro coelho.
– E como foste parar aí dentro?
– Eu já nasci aqui. Sou um coelho doméstico.
– Então nunca saíste daí? Não conheces os campos, as flores, as borboletas e os passarinhos?
– Não, nem preciso. O meu dono estima-me. Não vês como eu estou gordo?
– Lá isso estás, mas não tarda nada, vais parar à panela.
O coelho doméstico, ao ouvir isto, pensou no dia em que o dono veio buscar os seus pais e os seus irmãos para nunca mais voltarem. Então disse:
– És capaz de ter razão! Mas que posso eu fazer? Estou aqui preso!
– Se quiseres, posso ajudar-te.
– És capaz de me abrir a porta?
– Vou tentar.
O coelho selvagem aproximou-se da porta da gaiola e com as patas começou a puxar a tranca de madeira até que a porta se abriu.
O coelho doméstico saltou cá para fora e dirigiram-se os dois para a floresta.
Nesse momento, apareceu o Bobi, o cão da quinta, que os viu e foi atrás deles.
Os dois amigos fugiram o mais que podiam e conseguiram escapar por um buraco por baixo da vedação. Só pararam no meio da floresta.
Cansados, deitaram-se na erva fresca para recuperar do susto. Só algum tempo depois conseguiram falar.
– Que susto! Foi por pouco! – disse o coelho selvagem.
– Mas valeu a pena, porque esta floresta é encantadora! – referiu o coelho doméstico maravilhado com tudo o que via à sua volta.
Mais tarde, levantaram-se. O coelho selvagem mostrou-lhe todos os cantos da floresta e apresentou-lhe os seus amigos. Depois mostrou-lhe a sua toca e convidou-o para morar com ele.
Tornaram-se grandes amigos e o coelho doméstico percebeu que não há coisa melhor do que viver em liberdade.
– Viva a liberdade!
2º ano, EB1 Santo António - Casais
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