Um desejo de Natal
Nos primeiros dias de dezembro, quando na
escola já se preparava o Natal, Matias ganhou um novo colega. Chamava-se Duarte
e vinha de outra escola. A professora apresentou-o à turma e mandou-o sentar ao
lado do Matias.
Em poucos dias, criou-se uma grande amizade
entre eles. Onde estava um, também estava o outro.
Na última semana de aulas, antes do Natal, a
professora ordenou que pensassem o que queriam pedir ao Pai Natal, pois iriam
escrever-lhe uma carta.
Todos ficaram muito excitados com a ideia e
falavam das prendas que queriam receber, só o Duarte não se pronunciou e ficou
muito calado e triste.
No intervalo, Matias quis saber o que se
passava com o amigo:
– Então tu não vais pedir
nada ao Pai Natal?
– Aquilo que eu queria, ele
não me pode dar. – respondeu Duarte.
– Então o que queres?
– Eu vou contar-te uma coisa.
Nos outros anos, eu também pedia muitos brinquedos ao Pai Natal. Ele dava-me
tudo que eu pedia e eu ficava feliz. Com a crise os meus pais ficaram sem nada,
até a casa perdemos, foi por isso que eu vim para casa dos meus avós e para
esta escola. Os meus pais tiveram que ir trabalhar para o estrangeiro porque
não tinham emprego. Agora, percebo que os brinquedos não são tão importantes. O
que eu mais queria era passar o Natal com os meus pais, mesmo que não recebesse
nenhum presente.
Matias ficou estupefacto com aquela história
e decidiu ajudar o amigo.
No dia seguinte, quando escreveu a carta, em
vez de pedir os brinquedos que tanto queria, pediu ao Pai Natal que trouxesse
no seu trenó os pais do Duarte para passarem o Natal com ele.
Na véspera de Natal, enquanto a sua mãe
preparava a ceia e o resto da família se reunia em volta da lareira, Matias
pensava no seu amigo e na tristeza que seria passar o Natal sem os pais.
Nesse momento, parou um carro em frente da
casa dos avós do Duarte. Lá de dentro saiu um casal que se dirigiu para o
portão. Foi então que Matias viu o Duarte abrir a porta de casa e correr para
abraçar os pais.
O seu desejo tinha-se realizado e o Duarte podia,
tal como ele, passar o Natal com a família toda reunida.
Enquanto se dirigia para juntos dos seus,
Matias murmurou:
– Obrigado, Pai Natal. Agora
sim, será Natal de verdade!
3º ano EB1 Santo António - Casais
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