terça-feira, 19 de maio de 2015

Entrevista ao Padre Francisco Barbosa de Queirós

Como estamos a estudar o Meio Local e a história da nossa freguesia, fizemos uma entrevista imaginária ao Padre Francisco Barbosa de Queirós, a personagem mais importante de Figueiras.
A conversa decorreu numa linda manhã de outono, na Igreja Paroquial, local onde o Senhor Padre nos esperava, sentado num cadeirão antigo e muito bonito.
Entrevistadora- Bom dia, Sr. Padre. Muito obrigada por aceitar receber-nos, interrompendo o seu eterno descanso. É um enorme prazer poder entrevistar a mais ilustre personalidade da freguesia de Figueiras.
Padre- Ora essa Eu é que agradeço o vosso interesse em querer conhecer um pouco mais sobre a minha vida.
Entrevistadora- Comecemos então pelo início da sua vida, o seu nascimento. Em que ano nasceu?
Padre- Nasci a 18 de novembro de 1802. Era um dia de outono, mas a minha querida mãe, que Deus a tenha em eterno descanso, dizia que estava uma tarde soalheira, a fazer lembrar o verão de S. Martinho.
Entrevistadora- Já que evoca a memória de sua mãezinha Como se chamavam os seus pais?
Padre- Ai! Os meus pais... Que saudades tenho deles! O meu estimado pai chamava-se António Barbosa de Queirós. Era um homem íntegro, honesto, vivia para o trabalho. A minha querida mãe chamava-se Ana Joaquina de Miranda. Era uma mulher carinhosa, muito dedicada à família. Ambos me deram uma educação exemplar e me transmitiram valores de vida importantes, como: a honestidade, a integridade, o amor ao próximo Éramos uma família muito respeitada lá na terra!
Entrevistadora- Apesar de ter criado muitas raízes em Lousada, o Sr. Padre não nasceu cá. Quais são as suas origens? De onde é natural?
Padre- As minhas origens são humildes. Sou natural da freguesia de Ancede, que pertence ao concelho de Baião. É uma freguesia pequena, assim como Figueiras, mas muito bonita! Terra de gente séria e de trabalho, de encantadoras paisagens e de Natureza ainda pura e genuína.
Entrevistadora- Por que razão resolveu ser padre?
Padre- Sabe, menina, eu era um rapaz sossegado e muito estudioso e, a partir de certa altura, o pároco da minha terra começou a insistir com a minha família para me deixar ir estudar para o Seminário. Os meus pais não tinham muitas posses económicas, mas lá acabaram por concordar
Entrevistadora- Em que data veio para Figueiras?
Padre- Olhe, lembro-me como se fosse hoje. Foi no início do verão, no dia 24 de junho de 1853. Era dia de S. João e estava muito calor! Fui muito bem recebido pelas gentes aqui de Figueiras! Foi um dia verdadeiramente inesquecível!
Entrevistadora- Por que ficou conhecido por Padre Santinho?
Padre- As pessoas dizem que sempre fui muito humilde, bondoso e carinhoso, sobretudo com os mais pobres e doentes. Mesmo já depois de ter morrido, muitas pessoas continuaram a rezar-me, pedindo-me curas para as suas maleitas e doenças E alguns desses pedidos chegaram mesmo a ser atendidos!
Entrevistadora- Sabe então dizer-me o nome de alguém a quem tenha atendido a um pedido ou até mesmo feito um milagre?
Padre- Sei, sim Lembro-me bem do caso da D. Rita Aires Pinto, de Barrosas. A senhora estava muito doente Já todos tinham perdido a esperança e aguardavam pela notícia da sua morte. Nas suas rezas, pediu-me muito para que a curasse e acabou por salvar-se. Depois disso, trinta pessoas vieram ao meu túmulo agradecer-me.
Entrevistadora- Depois desse grupo, vieram também outros peregrinos?
Padre- Sim, sim Durante muitos anos, muita gente veio ao meu túmulo agradecer-me. Traziam-me flores, velas, rezavam e cantavam
Entrevistadora- Cantavam? O que cantavam?
Padre- Sim, cantavam canções muito bonitas que me deixavam muito emocionado. Gosto especialmente desta:
Bom Abade de Figueiras
Arrodeadinho de ciprestes
Vimos hoje agradecer-te
O milagre que nos fizeste.

Entrevistadora- Também pregava noutras freguesias?
Padre- Ah, sim! Eu era padre aqui em Figueiras e responsável por esta paróquia, mas também pregava noutras terras Sabe, vinha gente de lugares muito distantes só para ouvirem os meus sermões. Gostavam de me ouvir!
Entrevistadora- Como se deslocava para essas terras?
Padre- Naquela altura não era nada como agora Não havia carros! Eu andava sempre numa pequena jumentinha branca. Era o meu meio de transporte mas, mais do que isso, era a minha companhia! Era tão bonita e mansinha Levava-me para todo o lado e nunca me deixou ficar mal!
Entrevistadora- Para terminar, falemos agora de coisas tristes Quando morreu?
Padre- Faleci em 16 de setembro de 1883. Era dia de festa aqui em Figueiras. Nessa altura, eu já não trabalhava porque era já idoso e sentia-me cansado e doente. Já estava muito fraco e não tinha forças para continuar a servir a população com a mesma entrega e dedicação Nesse dia, quando o sino tocou, as pessoas pensaram que era para começar a procissão, mas não Era a minha despedida desta freguesia que tantas alegrias me deu e das pessoas de Figueiras que tão bem me acolheram e trataram.
(Despedimo-nos do Padre Santinho que, em paz, regressou ao seu túmulo.)


3º Ano Centro Escolar de Figueiras

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Carochinha (Cont. do poema)

Carochinha (determinada)
Quem quer casar com a carochinha
Que achou cinco reis a varrer cozinha
 
Ouriço-cacheiro (entusiasmado)
Quero contigo casar
E prometo que não te vou picar.

Carochinha (horrorizada)
Isto não é assim
Teu corpo parece um tojo
Só de olhar para ti
Já me mete nojo!

(Insiste)
Quem quer casar com a carochinha
Que achou cinco réis a varrer a cozinha?

Coelho (amoroso)
Quero casar contigo
Minha estrela formosa
Aceita-me como marido
Princesa rica e charmosa!

Carochinha (arrogante)
Dás saltos para frente
Dás saltos para trás
Para meu maridinho
Tu não saberás.

Esquilo (muito simpático)
Eu venho para te amar
Minha flor delicada
És o meu coração de ouro
Para sempre minha amada.

Carochinha (apaixonada)   
Oh! Tão belas falas
Que me põem encantada
Aceito-te como marido
Já me sinto mulher casada!


Texto Coletivo 3º Ano EB1 de Casais

Prima Vera e Timóteo, o grilinho.

Prima Vera acabara de acordar. Olhou pela janela e achou o dia lindo. E levantou-se muito depressa, queria ir passear para o campo. Um grilo estava a aprontar-se para dormir depois de uma noite passada a cantar.
A menina arranjou-se e tomou o pequeno-almoço rapidamente. Depois saiu, foi passear. O campo estava deslumbrante.
Ela caminhou. Cansada, sentou-se. De repente descobriu um buraquinho coberto de ervas. O buraquinho era a casa de um grilinho.
Prima Vera pegou numa palhinha e começou a fazer cócegas ao grilinho. Queria conhecê-lo, falar com ele, pedir-lhe para serem amigos. O grilinho não queria vir à porta da sua casinha, só lhe apetecia dormir. Mas veio, quando percebeu que a menina queria ser sua amiga.
Timóteo, o grilinho, era bonito. Todo preto. E com umas antenas lindas, que pareciam estar sempre a transmitir mensagens de carinho.
Prima Vera e Timóteo ficaram amigos a partir desse dia. Amigos de verdade e para sempre.


Alunos do 2º ano, EB1 de Figueiras